Muitas mulheres temem optar pelo parto normal em razão da dor das contrações.

Esse era um grande receio na minha primeira gestação, já que a dor do parto é desconhecida pela maioria das mulheres. É uma dor incomparável. Só a conhecemos quando passamos por ela.

Muitos falam ser a dor da morte, e eu fui para o meu primeiro parto pensando nisso. Fui preparada para uma guerra! Mas ao passar por ela, percebi que aquela dor não era tão ruim quanto me falaram. 

Parir dói muito, mas, para mim, não foi uma dor de morte! Foi uma dor de vida! Dilaceradora, mas necessária para que eu trouxesse minhas filhas à vida. 

Nesse post, vou tentar descrever como é a dor do parto.


- A gestante não sente uma dor contínua, mas sim várias contrações, que começam menos doloridas e aumentam gradativamente, de uma forma que podemos nos acostumar e suportar, ficando cada vez mais fortes. 

- Essas contrações vem e vão. Elas possuem um intervalo entre si, que nos permitem respirar para aguentarmos a próxima contração. Algumas mulheres até dormem durante esses intervalos!! 

Os intervalos começam maiores e se tornam menores com o passar das horas. As contrações começam com intervalos de meia em meia hora, depois passam para 20 em 20 min., 15 em 15 min, 10 em 10 min, 5 em 5 min.... até o bebê nascer. 

- As "dores" das contrações não são como as dores que estamos acostumadas a sentir quando nos machucamos ou quando estamos doentes. 

Por exemplo, eu, alguns meses depois de parir minha primeira filha, caí e quebrei o pé. Percebi que a dor que senti no meu pé foi infinitamente pior do que a dor que senti no meu parto, já que era uma dor ruim, que não tinha intervalos, não parava nunca. Só parou quando recebi analgésicos fortes no hospital. 

Costumo dizer que a dor das contrações é uma "dor boa". É uma dor que não devemos evitar, mas sim aceitar, já que são elas que estão ajudando nosso corpo a trazer nosso bem mais precioso ao mundo: nosso bebê!! 

Devemos ter as contrações como amigas, e não como inimigas. Aceitar as contrações é primordial para um trabalho de parto tranquilo, já que elas vão te acompanhar até o nascimento do seu bebê! Então não adianta negar que elas existem. É o famoso: "aceita, que dói menos" rs.

- Por volta dos 6 ou 7 cm, a parturiente entra na fase de transição, em que as dores ficam beeeem mais fortes. Geralmente, nessa fase, as gestantes pensam que não vão mais suportar a dor, pedindo anestesia ou a cesariana. 

Porém, esse é um sinal de que o trabalho de parto está se aproximando do seu final, já que a próxima fase será o período expulsivo, e logo logo seu bebê estará em seus braços. Assim, vale a pena suportar "um pouco" mais para conseguir o tão sonhado parto normal!

- Parir dói, e muito. Mas o sofrimento é opcional.

Em geral, as mulheres que se queixam do seu parto, não se queixam da dor que sentiram, mas da violência obstétrica que sofreram, como por exemplo: manobra de kristeller (quando alguém empurra a parte superior da barriga da parturiente, com o objetivo de "facilitar" a saída do bebê), ou quando o médico não informa a paciente sobre um procedimento médico que está sendo realizado (como uma episiotomia indesejada, ou a aplicação do famoso "sorinho" - ocitocina sintética - que aumentam e muito a dor do parto).

- O medo e a tensão aumentam a dor no trabalho de parto.

Quando os hormônios do estresse são liberados pelo corpo da parturiente, podem interferir negativamente no trabalho de parto, inclusive diminuindo o fluxo de sangue para o útero e para a placenta e, consequentemente, a quantidade de oxigênio que vai para o bebê. 

Quando você sente medo, o seu corpo produz substâncias químicas que alteram a forma como ele funciona. Esta resposta é geralmente chamado de “luta ou fuga”, e permite-lhe escapar do perigo. Ele funciona por desviar o sangue para fora dos órgãos internos e para as pernas, para dar-lhe maior resistência e velocidade. Então, seu útero terá que trabalhar com menos oxigênio, levando ao aumento da dor e podendo levar a uma interrupção no trabalho de parto. 

Assim, é primordial que a gestante prepare bem seu psicológico, seu lado emocional, para pensar no trabalho de parto como algo bom, e não como algo ruim, a fim de evitar a tensão e o medo, que podem atrapalhar seu parto. 

Ao invés do ciclo NEGATIVO (Medo - Tensão - Dor), opte por um ciclo POSITIVO: Aceitar - Aproveitar - Relaxar.

- Para suportar as contrações do parto, existem meios não farmacológicos para o alívio da dor, tais como massagens, músicas relaxantes, luzes apagadas, compressas quentes na lombar e no baixo ventre, banho de imersão (banheira ou piscina) ou de chuveiro com água quente, respiração, dentre outras, que diminuem a dor das contrações. Use e abuse deles!! 

- Encare a dor do parto como um desafio!

Pense como se estivesse escalando uma montanha. O percurso pode ser cansativo e doloroso, mas ao final, você verá a mais bela vista lá de cima: o seu bebê!! Além de experimentar uma sensação maravilhosa de que você conseguiu vencer seus limites!



Deixe um comentário