1) Força de vontade 


A amamentação pode ser dolorosa no início, além de requerer muita dedicação materna. Assim, a mãe tem que ter força de vontade e não pode desistir diante das dificuldades (que são muitas). No início pode ser difícil, eu me perguntava diariamente se algum dia sentiria prazer ao amamentar. Passado o sufoco inicial (3 primeiros meses), fica mais fácil e gostoso amamentar.



Vale a pena persistir na amamentação, tendo em vista os inúmeros benefícios para a saúde do bebê, já que o leite materno carrega nutrientes preciosos e garante os anticorpos essenciais de que ele precisa. Ela também reforça o vínculo entre mãe e bebê.



Pode demorar, mas uma hora mãe e bebê se entendem, se ajustam e a amamentação fica muito prazerosa!!



2) Pega correta

A amamentação pode ser natural, mas não é intuitiva. Não nascemos sabendo amamentar. Antigamente, as avós, mães e demais mulheres de uma comunidade repassavam seus conhecimentos para as recém mães. Porém, no mundo atual não contamos mais com essa troca de experiências. Nossas mães muitas vezes nem amamentaram ou já esqueceram como fizeram.

Assim, quando o bebê nasce, pedem logo para que a mãe amamente seu bebê, mas muitas vezes não ensinam como fazer isso. A mãe coloca o bebê (que tem fome, mas ainda não sabe mamar) de qualquer jeito no peito e em questão de dias, as dores das famosas fissuras aparecem (e como dói!).

Somente uma pega correta e muita paciência para corrigir a pega errada é que farão as dores sumir.

Então, o ideal é que a nutriz (mulher que amamenta) procure ajuda especializada, como consultoras de amamentação ou o banco de leite de sua cidade (que você pode encontrar no site http://www.redeblh.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=356), para que aprenda a pega correta, caso tenha dificuldades. 

Ao mamar, o bebê deve ter o corpo voltado ao da mãe, barriga com barriga, a cabeça em posição mais elevada que o bumbum, na altura do seio da mãe, lábios bem para fora, com o queixo próximo da mama, bochechas bem redondas, abocanhando o máximo da aréola que ele conseguir, nunca só o bico.


A pega está correta quando o recém nascido abocanha grande parte da aréola, com os lábios virados para fora (como na foto, "lábios de peixinho"). O bebê deve abrir bem a boca (você pode encostar na bochecha dele, o que vai estimulá-lo a abrir a boca) e só então levar sua boca ao seio materno. 

Você não deve sentir dor ao sentir o bebê sugar. A sucção em si não deve provocar dores. Tampouco pode haver qualquer barulho na boca do bebê durante a mamada, como o som semelhante a um beijo. Você deve ouvir apenas ruídos da sucção e deglutição do leite pelo bebê. Caso escute barulhos como estalos, tire o bebe do seio e coloque de novo.

Ao retirar o bebê do peito, deve-se usar a técnica do dedo mínimo, onde a mãe coloca o dedo mínimo na boca do bebê para enganá-lo. Ele aceita a troca do peito pelo dedo e não puxa o mamilo da mamãe com força.

Se o seio estiver empedrado, muito cheio de leite, você pode retirar um pouco fazendo a ordenha manual (mais indicada).




3) Tomar sol nos mamilos

Parece ser uma tarefa difícil, porque atualmente muitas mulheres moram em apartamentos, sem um local para tomar sol sem se expor. Mas você pode aproveitar uma fresta de sol que entra pela janela. 15 minutos por dia já ajudam muito a deixar os mamilos mais resistentes e prevenir rachaduras. Mas cuidado com o sol forte. O ideal é tomar sol antes das 10 horas da manhã e depois das 16 horas da tarde, evitando assim, os picos dos raios ultravioletas. 

Uma dica que pode funcionar é usar uma camiseta cor da pele ou estampada com um pequeno círculo recortado na altura de cada mamilo. Assim, pelo menos à distância, não parece que você está sem blusa.

4) Passar leite materno nos mamilos 

Isso porque o leite materno ajuda na cicatrização de eventuais fissuras. Passe o próprio leite materno nos mamilos, várias vezes ao dia. Tente ficar o máximo de tempo possível sem sutiã ou protetores, para evitar a fricção no local. 

Não lave os mamilos com sabão ou água quente. Isso pode ferir o local. A limpeza apenas com água é suficiente. 

Se as fissuras estiverem muito doloridas, essa pomada pode ajudar na cicatrização:



5) Fique tranquila, o stress atrapalha muito!

Procure um lugar arejado, calmo, sem muitas interrupções para amamentar seu filho(a). 

Esteja relaxada, porque o stress pode atrapalhar a amamentação. 

Descanse o máximo que puder. Peça ajuda, não tenha vergonha, todas nós precisamos. A rotina materna é cansativa e se a nutriz estiver muito cansada, isso pode afetar a descida ou a produção do leite. 

6) Tome muita água e se alimente bem

Uma boa dica (que funciona muito comigo) é: antes de amamentar, tome um copo cheio de água, mesmo sem estar com sede. Em seguida, encha uma garrafa de água e a leve para o local da amamentação. Durante a mamada, você sentirá sede e deverá tomar mais água. Ao terminar de amamentar, beba mais um pouco de água. Pode parecer demais, mas isso vai ajudar muito na produção do leite materno.

A recomendação é que a mãe beba 4 litros de água por dia para garantir uma boa produção de leite materno. 

Se alimente bem. Coma de 2 em 2 horas, ou no máximo, a cada 3 horas. Se a nutriz passar forme, o organismo dela não vai produzir a quantidade suficiente de leite porque estará sem suas fontes de energias garantidas. Coma muitas frutas e verduras. 

Assim, nada de dietas restritivas durante o período de amamentação! 

7) Livre demanda 

Significa amamentar sem horários fixos. Oferecer o peito ao bebê sempre que ele solicitar (resmungar, chorar). Ele deve mamar quando e quanto quiser. 

São inúmeras as vantagens da livre demanda: 

· o bebê perde menos peso depois do seu nascimento;

· estimula adequadamente a produção de leite materno; 

· o bebê aprende a lidar com a saciedade, o que reduz o risco de obesidade no futuro; 

· previne o endurecimento da mama pelo leite congestionado,

· previne as fissuras, já que se o bebê vai ao peito com muita vontade é comum que faça a pega errada e machuque o seio da mãe.

O leite materno, por ser mais fácil de digerir do que o leite artificial, leva a um esvaziamento gástrico mais rápido, fazendo com que o bebê sinta fome em intervalos menores. Assim, estipular horários para o bebê mamar não é o mais adequado, já que somente ele pode "nos avisar" se está com fome ou sede. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a amamentação exclusiva até os 6 meses de vida do bebê. A partir dos 6 meses, recomenda a manutenção do aleitamento materno, oferecendo-se alimentos complementares. A OMS recomenda, ainda, que a amamentação deve continuar até, pelo menos 2 anos de idade. 

Espero que esse texto possa ajudar as recém mães nessa tarefa tão bonita que é amamentar.

Mileide Campanha
Facilitadora do aleitamento materno


Imagem do site: Ministério da Saúde 

Coloquei o DIU de hormônio (Mirena) com 8 meses pós parto. Eu e meu marido queremos ter mais filhos, mas agora não dá. Nossas filhas estão muito pequenas e requerem muita atenção ainda. Além disso, não quero atrapalhar a amamentação da Alice. Quero que ela mame até os 2 anos, no mínimo (se ela quiser, claro). 


Coloquei no consultório médico do meu obstetra, sem anestesia. 



Não sei se foi porque já passei por dois partos normais, mas a colocação não doeu NADA.



Foi rápida, indolor. Desconfortável, claro, como toda consulta ginecológica, na minha opinião. Mas não foi dolorida. 


O médico me avisou que eu teria algum sangramento e cólicas após a colocação. 

Logo após, fui até a farmácia comprar o remédio que o médico prescreveu (analgésico para cólica). Quando cheguei lá, comecei a passar mal! Senti tontura, enjoo, a pressão baixou e eu tive que sentar, senão iria desmaiar. 

Como eu havia ido sozinha até o consultório médico, voltei dirigindo sozinha (não façam isso, mulheres!). Me socorreram na farmácia e tive que voltar de carona pra casa. 

Em casa tive cólicas consideráveis, deitei um pouco, tomei o analgésico e com algumas horas de repouso a tontura e as cólicas sumiram. Ainda tive enjoo e vômito nos 3 dias seguintes à colocação do DIU. 

Tive sangramento por 3 meses (pasmem!). Nada muito intenso. No último mês foram só escapes mesmo. 

Após os 3 meses, não tive mais escapes e parei de menstruar. Não sinto nenhum outro sintoma. Inclusive percebi que ele ajudou a diminuir os efeitos da TPM!! 

4 meses após colocar o DIU, fiz uma ultrassonografia de rotina e verifiquei que o dispositivo está no seu devido lugar. Continuo ovulando normalmente e dá medo de engravidar mesmo usando o DIU, mas por ele possuir a barreira de hormônios, é mais uma segurança nesse sentido. 

Esse foi o método contraceptivo que mais me adaptei, já que esqueço muito de tomar a pílula e sofria com TPM moderada. 

Li bastante sobre isso e fiquei receosa em colocar o Mirena, por conter hormônios (alguns estudo apontam malefícios no uso contínuo de hormônios). Porém, ou era isso ou engravidar novamente, o que no meu caso está fora de cogitação, por enquanto. 

Vamos entender melhor sobre ele?

De acordo com a ginecologista, Laura Lúcia Martins, "o DIU MIRENA é um método hormonal que é inserido na camada interna do útero onde libera quantidades constantes diárias de progesterona (não contem estrógeno) por 5 anos. Por isso, mínimas quantidades de progesterona atingem a corrente sanguínea o que o torna um método de mínimos efeitos colaterais, quando comparado com os outros métodos hormonais como pílulas, adesivos, implantes e injeções. 

Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) nenhum método contraceptivo é 100% eficaz. Mirena está entre os melhores índices sendo considerado mais eficaz que a laqueadura tubária e a vasectomia, com a vantagem de ser reversível e proporcionar outros benefícios à mulher" 


COMO AGE O DIU?

"Ao contrário do que muita gente pensa, o DIU não é um método abortivo. O mecanismo contraceptivo preciso ainda não foi totalmente elucidado, mas sabemos que o DIU exerce seu efeito anticoncepcional de diversas formas, como, por exemplo:

– Alterações no muco cervical (muco do útero), estimuladas pelo cobre ou pela progesterona, que inibem a mobilidade dos espermatozoides, dificultando a sua chegada ao óvulo.

– Irritação crônica do endométrio (parede do útero) e das trompas de Falópio, que têm efeitos espermicidas, inibem a fertilização e a implantação do ovo no útero.

– Atrofia e adelgaçamento glandular do endométrio, que inibe a implantação do ovo ao útero.

– Efeitos diretos no ovo, impedindo sua evolução para embrião.

O dispositivo intrauterino, portanto, age inicialmente impedindo o encontro do espermatozoide com o óvulo. Caso o haja falha nesta parte, o DIU também atrapalha o processo de fecundação do óvulo. Se também houver falha nesta fase, o DIU consegue impedir que o ovo fecundado evolua ou se implante no útero. É exatamente por agir em mais de uma fase do processo de geração da gravidez, que ele é um método contraceptivo tão eficaz.

Antes que alguém torça o nariz e ache que esta última parte da ação do DIU é abortiva, é preciso lembrar que para ser considerado aborto, o ovo tem que ter sido implantado no útero antes de ser expelido. Se o ovo não chegar ao útero, não há gravidez em curso. Por exemplo, nos pacientes com infertilidade que fazem fertilização invitro do óvulo, só se considera gravidez em curso quando o ovo implantado artificialmente no útero consegue evoluir. Quando a fertilização invitro não vai para frente, ninguém considera isso um aborto."


Conclusão: estou gostando muito do DIU. Tirando os desconfortos iniciais, ele me parece ser muito bom. Não engordei, não tive espinhas. Ainda amamento e não vi nenhuma alteração na quantidade do leite materno.

Quanto aos efeitos colaterais, eles variam de mulher para mulher.

Espero que tenham gostado do relato, pessoal!! Beijos!!

A Alice fez um ano de idade e fizemos um ensaio fotográfico com a querida Andreia Hirano (https://www.facebook.com/andreiahiranofotografia) para registrar esse momento. 

Não quis fazer com bolo, então fiz com melancia, uma fruta que ela ama e que tinha tudo a ver com o tema da festa de aniversário dela: O show da Luna.

Confiram o resultado, que fofo:











A amamentação em "tandem" ocorre quando a mãe amamenta dois filhos de idades diferentes. 


Segundo o blog De Peito Aberto: “Uma mãe que amamenta seu filho, engravida novamente e decide continuar a amamentação. O caçula nasce e ela amamenta os dois, juntos ou separadamente. Esta é a amamentação tandem.”

No meu caso, engravidei novamente quando minha primeira filha (Rebeca) tinha 1 ano e 5 meses, e como a OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda a amamentação até os 2 anos ou mais e ela não dava sinais de que queria desmamar, eu optei por continuar amamentando.

"A liberação de ocitocina, hormônio secretado durante as mamadas, não é capaz de provocar contrações uterinas dolorosas e duradouras antes da 38ª semana de gravidez. Até essa idade gestacional, o útero tem proteções especiais que impedem seus efeitos. Por precaução, muitos médicos indicam a suspensão da amamentação em gestações de risco, especialmente quando existem contrações uterinas prematuras, partos prematuros prévios, sangramento vaginal ou ganho insuficiente de peso" (Fonte: Dr. Wladimir Taborda, obstetra), o que não era meu caso.

Meu coração e intuição de mãe sempre me disseram que o desmame deve ocorrer da forma mais natural possível e sem traumas para a criança.

Assim, continuei amamentando durante a gravidez. Não sentia cólicas, não tinha contrações. Minha bebê na barriga crescia forte e saudável. 


Durante a gravidez, eu sentia uma certa "agonia" quando ela sugava muito forte, sentia que o leite não estava saindo. Então conversava com ela e ela diminuía o ritmo da sucção. Minha produção de leite materno caiu muito e com 16 semanas de gestação a Rebeca não sugava mais o leite, mas ainda dormia no peito (porque acalma muito ela). 

Nesse período, minha mãe (que cuidava dela pra mim enquanto eu trabalhava) introduziu a mamadeira. Foi uma "folga" pra mim e um substituo, um acalento pra ela, que não tinha mais o leite materno disponível, então concordei, embora a mamadeira possa trazer prejuízos pro bebê. 

Depois que a Alice nasceu, a Rebeca quis mamar mais do que nunca. Acho que ela sentia o cheiro do leite que estava sendo produzido novamente. No início, por instinto mesmo, neguei o peito algumas vezes pra ela, sempre oferecendo água, suco ou outro alimento no lugar do LM. Porém, ela insistiu muito e continuei amamentando ela. Assim, como depois do parto da Alice meu leite voltou em grande quantidade, a irmã voltou a mamar com tudo. 

Por vezes eu amamentava primeiro a Alice e depois a Rebeca. Outras vezes eu separava "um peito" pra cada uma 😅 não foi fácil, mas como a Rebeca sempre teve muito ciúme da amamentação da Alice, amamentar as duas foi uma forma de mostrar pra Rebeca que ela não havia ficado desamparada com o nascimento da irmã.

No início elas mamavam em momentos diferentes. Mas depois de um tempo, quando a Alice já tinha mais de 6 meses, comecei a amamentá-las na mesma hora. Isso porque uma estava mamando e a outra chegava pedindo também. A posição é um pouco difícil de acertar, mas geralmente elas mamam assim:


Durante a mamada, elas fazem carinho uma na outra ou a Alice quer pegar no olho da Rebeca ou puxar o cabelo da irmã. Mas elas riem da situação, brincam, se admiram e eu morro de amor pelas duas. 

Elas mamam por 5 minutinhos, o leite acaba e elas saem, felizes da vida.

Assim continuamos nossa saga da amamentação em tandem por aqui. Muitas pessoas estranham, mas faço o que meu coração e meu instinto mandam. E vai continuar sendo assim até o dia do desmame delas. É algo natural pra mim. É trabalhoso, mas quem disse que seria fácil?

Esse ano eu quis fazer o aniversário da Rebeca de 3 anos mais voltado para as crianças, num local em que elas pudessem correr e brincar livremente. Achei um lugar perfeito, chamado "O quintal", que a querida Emília montou pensando justamente em brincar com a própria filha e que hoje recebe locações de festinhas infantis.

Eu mesma fiz a decoração, os personalizados e as sacolinhas. Minha sogra deu o bolo e minha mãe fez os lanches e sucos em casa. Papai Rafael encomendou o jantar e assim a festinha da Rebeca contou com a colaboração de toda a família!!

A Rebeca e seus amiguinhos aproveitaram a festa como eu nunca tinha visto antes. Foi muito divertido vê-los correr e brincar. O banho de piscina e os dindins geladinhos foram ótimos para refrescar o calor. 

A fotógrafa Priscila Mello registrou a comemoração:


Decoração simples, 
feita com carinho por mim mesma. 
Ela escolheu o tema: Doutora Brinquedos, 
um desenho que ela ama!


Toalhas de Picnic

Caixas de areia e bolas para as crianças brincarem

As crianças amaram as piscinas 
porque o dia estava muito quente!

Rebeca se divertindo com o amigo Kaleo


Casinha de madeira e balanço

Derruba latas 
(minha amiga Iza fez com latas de leite e EVA)
 e mesa de casinha para brincar

Mesa da comida

Lanches feitos em casa, pela minha mãe: 
Sanduíches, 
Torradas e patês, 
Pipoca salgada,
Frutas,
Bolo de cenoura caseiro e
Bolos da Cantina do Bolo. 
A noite foi servido jantar. 

Sucos naturais feitos em casa

Bolo e bonecos da Doutora Brinquedos

Eu mesma montei os personalizados:
mandei imprimir os adesivos na gráfica
e enchi de guloseimas

Fiz as sacolinhas com: 
livro para colorir, giz de cera,
 massinha e cortador



Olha a felicidade dela chegando na festa!

Com a dinda amada...

Mulheres da minha vida:
 minha irmã, mãe e filhas

Há 3 anos ela ilumina a minha vida!


Minha vida! 

Minha família abençoada


Espero que tenham gostado da festinha da Rebeca, 
ela foi feita com muito amor e carinho pela família. 

Uma festa de criança feita para crianças!

Hoje a Alice faz 1 ano!!!

Foto de Andreia Hirano

Me lembro do parto dela como se fosse hoje...

Pedi pro meu marido montar o berço da Alice porque às 22h do dia 17/10 eu tinha começado a sentir os primeiros sinais de que ela queria nascer: uma pressão constante no baixo ventre. 

Minha irmã foi encher a bola de pilates que ainda estava vazia (pq eu estava com 37 semanas de gestação e achei que só iria parir com 39 😁).

Terminei de arrumar as bolsas da maternidade e me deitei meia noite. Conversei com a Alice e pedi que ela esperasse pra eu dormir só um pouquinho, e então ela poderia nascer. Não é que consegui dormir até as 4h da manhã? 


Durante o sono eu sentia contrações leves, tinha certeza que o trabalho de parto (TP) havia começado, mas consegui dormir entre as contrações, pois sabia que era importante estar descansada pra fase ativa do TP. 

Às 4h as contrações ficaram mais fortes e não deu mais pra aguentá-las deitada. Eu tinha que me movimentar. Fui tomar um banho de chuveiro com a água bem quente caindo na minha lombar, sentada em cima da bola de pilates (agradecia mentalmente à minha irmã que havia enchido ela pra mim 🙏). Rebolava na bola e vocalizava (cantava um aaaa bem cumprido junto com a dor) a cada contração. 


Às 6h da manhã o marido que estava vendo filme veio dizer que eu estava "cantando" mto alto e que deveríamos ir pro hospital. Eu disse que não precisava, que estava longe ainda, mas ele estava certo. 

Às 6:30 liguei p minha mãe e irmã  virem pq havia começado. Marido fez café da manhã pra gente, e elas chegaram. Minha irmã ficou com minha filha mais velha;  minha mãe segurava uma bolsa de sementes quentes na minha lombar e eu segurava outra no baixo ventre. Nem preciso dizer que não sai de cima da bola né? Ajudava mto. 

7h senti uma contração beeem forte. Liguei para o médico e disse que havia começado. 7:30 fomos para o hospital. No carro, comecei a sentir os puxos e pensei: ferrou, vai nascer no carro 😂 chegamos no hospital e não deu tempo do meu médico chegar. 



Fui para a sala de admissão pra médica plantonista checar a dilatação e ela disse: ela já está com 10cm, dilatação total, posição +2. Não dá tempo de transferir pra sala de parto. Se a gente tirar ela daqui, vai nascer no corredor. 

Só deu tempo de eu falar pra médica que eu não queria episiotomia. Veio uma contração e a bolsa estourou. 

Na próxima contração, às 8:05 da manhã nascia a Alice, num parto rápido (por ser o segundo parto) e com pouca dor (por eu não estar com medo), tanto que me enganei achando que não estava tão próximo ao nascimento e não deu tempo de chamar minha doula. 

Ela nasceu com 3.050 kg e 49 cm (37s5d), para alegrar ainda mais nossos dias e encher de amor minha vida! 


*Fotos newborn de Ana Carolina Nenevé

Não posso deixar de compartilhar esse texto maravilhoso escrito pelo obstetra Braulio Zorzella:



"Cesaristas: ELAS PEDEM AJUDA!!!

Ela chegou gritando e esperneando como se estivesse sendo torturada... A conheci hoje, no plantão de retaguarda da maternidade que tem 98% de cesáreas pelo SUS, restanto os 2% de PN dos dias que estou de plantão... Isso mesmo que ouviram, 98% de cesáreas pelo SUS! Ela com 23 anos, terceira gestação, 2 cesáreas anteriores, 38 semanas, bolsa rota e 5cm de dilatação, colo finíssimo, apresentação baixa.

A mãe chorando e as duas juntas pedindo "PELO AMOR DE DEUS DOUTOR, FAÇA UMA CESÁREA!!!".

Sentei ao seu lado no pré-parto, apaguei as luzes, pedi pra enfermagem sair (nesse hospital elas não têm a mínima prática com Parto Normal). Entre as contrações ela acalmou-se, porém durante elas, virava bicho e não ouvia nada, se contorcendo e gritando que o médico do pré-natal falou que ela não podia ter parto normal de jeito nenhum pois no caso dela era impossível!

Perguntei se ela já quis algum dia ter Parto Normal e ela disse que sempre quis mas os médicos sempre falaram que ela não podia. No primeiro, bacia estreita, no segundo, não dilatou e agora pois já tinha 2 cesáreas. Insisti mais um pouco em tentar acalmá-la e explicar os possíveis benefícios do bebê nascer natural, mas foi em vão naquele momento. A enfermagem e a pediatra voltaram e me olhando com olhos de "oque você está esperando pra chamar o anestesista pra cesárea?"

Foi então que de caso pensado falei (em voz baixa PARA O BEBÊ NÃO OUVIR): "Liga pro anestesista e diga que teremos uma cesárea!"

Percebi que contentei a todos nesse momento! A paciente acalmou-se, a mãe foi contar pro marido, a enfermagem começou a se movimentar e a pediatra foi preencher papéis. Vieram com lâmina pra tricotomia e bandeja de sonda. Olhei e disse: "Pode deixar que eu faço a tricotomia e a sondagem depois de anestesiar".

Chegou o anestesista que não viria para uma analgesia de parto se eu chamasse, mas como eu disse que seria cesárea veio... pedi então que fizesse uma dose menor na raqui mesmo, apenas para tirar a dor mas que NÃO SERIA CESÁREA! Todos se assustaram!!! "Como assim? Com 2 cesáreas anteriores?"

Aquele olhar de "ele deve estar louco!".

Anestesia feita, a dor passa, suficiente pra EU CONSEGUIR CONVERSAR COM ELA! Lamentável mas como NINGUÉM CONVERSOU ANTES COM ELA, nem no pré-natal e nem no hospital e só me reservaram os 48 do segundo tempo para eu conversar, o único jeito de ouvir foi anestesiando: "E agora, está bom pra vc assim? A dor melhorou? Seu problema está resolvido?... Vamos resolver o do bebê agora? O bebê está super bem, e ME DISSE QUE ESTÁ QUERENDO MUITO NASCER DE PARTO NORMAL. Ele não sabe ainda que vai ser cesárea. Ele está na posição e quase saindo e vc tem a passagem ótima pra ele, vamos tentar? Ou se preferir ainda posso fazer a cesárea, pois não vou fazer nada contra a sua vontade".

Ela me olhou, arregalou os olhos ao mesmo tempo que veio um puxo e começou a fazer força... Ela sorriu e percebeu que podia... Me olhou novamente e fez mais força e se empolgou! Na terceira força ele nasceu perfeito e com nota 10 da pediatra incrédula. Foi ao colo da mãe que o beijou muito dizendo: SEMPRE ME FALARAM QUE EU NÃO IRIA CONSEGUIR! Não acredito que consegui fazer isso!...

Caros cesaristas de plantão: ELAS PEDEM AJUDA E NÃO CESÁREA!!!"

Resolvi dividir alguns apontamentos que fiz ao assistir a palestra "Segurança no parto" transmitida no Congresso Nascer Melhor, pelo obstetra Braulio Zorzella, porque foi uma palestra recheada de informações valiosas sobre o nascimento. Espero que gostem!

"Antes de 1990, o índice de mortalidade materno infantil era muito alta. 

Com os avanços da medicina, surgiram dois grandes paradigmas com relação ao parto: "quanto mais rápido melhor" e "quanto mais limpo melhor". 

Assim surgiram os antibióticos, a UTI neonatal, a anestesia, a cesariana, intervenções obstétricas, dentre outros. 

As intervenções obstétricas surgiram visando acelerar o parto e diminuir os casos de sofrimento fetal causados por partos muitos longos (diminuir distócias causadas por tocotraumatismos -  lesões decorrentes do parto - e hipóxias -  diminuição do aporte de oxigênio - ocorridas intra útero). 

Porém, nesse momento não se podia prever todas as consequências que essas intervenções poderiam causar. 

Atualmente, com a tecnologia, se percebeu que acelerar o parto de todas as mulheres também poderia causar problemas. 

Assim, um novo paradigma surgiu no século XXI: quanto mais oxigênio para o bebê, melhor!

Percebeu-se que cada binômio "mãe-bebê" é único. Na grande maioria dos partos, se o parto ocorrer naturalmente, sem intervenções, sairá tudo bem. Apenas a minoria dos casos é que irá requerer uma intervenção obstétrica para ajudar o nascimento. Porém, isso será avaliado caso a caso pelo obstetra, que terá que ter essa sabedoria de aplicar as intervenções obstétricas apenas quando realmente necessário.  

Assim o paradigma "quanto mais rápido melhor" caiu por terra. Chegou-se à conclusão de que não se deve acelerar todos os partos, pois nem todos precisam disso. Nem todos precisam de antibióticos, tampouco nem todos precisam de cesariana. Tem que se observar caso a caso e a oxigenação do bebê, analisar o caso concreto. Já se avaliou que em muitos casos, o uso excessivo de ocitocina sintética pode, na verdade, diminuir a oxigenação do bebê, causando problemas, ao contrário do que se deseja. 

O paradigma "quanto mais limpo melhor" também foi derrubado, tendo em vista que a esterilização do parto matava também as bactérias boas do organismo da mãe, modificando toda a flora natural que permitia com que o bebê auto regulasse sua imunidade, impedindo a produção de anticorpos. Um novo paradigma surgiu: "quanto mais "bactérias amigas" melhor". 

Descobriu-se que o que diminui os riscos de infecção é a higiene pessoal e o saneamento básico. 

Assim surgiu o parto humanizado, baseado nos seguintes paradigmas:
  • Acompanhamento da gestante disponível 24h por dia (seja pelo SUS, convênio ou equipes particulares)
  • Equipe multidisciplinar (composta por obstetra, enfemeira, doula, parteira, etc)
  • Autonomia da mulher
  • Segurança com fundamento na medicina baseada em evidências 


Antigamente não havia cesariana eletiva (com hora marcada). A cesariana ocorria apenas intra parto (ou seja, quando um parto normal não ia bem, se recorria à cirurgia para salvar mãe ou bebê). 

A cesariana eletiva na verdade se desprendeu da curva da normalidade. 
Ela surgiu na década de 70, quando foram criados os convênios de saúde, que trouxeram as tabelas de preços por tipo de atendimento médico. Os obstetras conveniados perceberam que não valia a pena ficar horas em sobreaviso esperando um parto que poderia durar 12 horas ou mais, e ainda "acabar em cesariana". Assim, começaram a marcar as cesarianas eletivas, nos casos em que achavam que o parto normal poderia não dar certo. Ainda, muitas mulheres optaram pela cesariana eletiva tentando fugir da dor ou do parto praticado no século XX, recheado de violência obstétrica. 

Nessa onda, houve uma epidemia de cesarianas desnecessárias no Brasil, por ser mais prático e rápido (vide texto "parto miojo" escrito pelo palestrante). Isso causou um grande número de bebês nascendo prematuramente, porque uma gestação que pode chegar até 42 semanas, mas as cesarianas estavam sendo marcadas para as 38 semanas de gestação, quando nem todo bebê estará "maduro" ainda, ou seja, pronto para nascer. 

Pode-se dizer que o bebê está pronto para nascer quando a mulher entra em trabalho de parto. Fora do trabalho de parto, o bebê pode não nascer prematuro (abaixo de 37 semanas), mas nasce imaturo. 

Além disso, criou-se maiores riscos para a mãe que passa por uma cirurgia de médio porte de forma desnecessária, o que acrescenta vários riscos de complicação decorrentes de uma cirurgia. 
Sem falar na parte psicológica da mãe que não passa pelo trabalho de parto, não sente seu bebê chegando, então não produz os hormônios produzidos durante o trabalho de parto que avisam ao cérebro que o bebê nasceu. Essa mulher tem uma grande chance de ter uma desconexão em relação ao vínculo com o bebê. 
Por isso algumas mães passam por uma lacuna de tempo para conseguir criar a conexão entre ela e o bebê, demorando um certo tempo para sentir que aquele bebê realmente nasceu dela. Essa desconexão com o bebê e a sensação de incapacidade de parir podem levar a uma depressão pós parto ou a dificuldades na amamentação. 

O índice de não amamentação pós cesária eletiva é muito maior do que pós parto normal, em virtude da desconexão mãe e filho e em virtude da sensação incapacidade sentida pela mãe diante das dificuldades presentes na amamentação.

Existem 18 tipos de colágeno na espécie humana: geralmente as que tem o parto normal mais rápido e fácil possuem o colágeno mais frouxo. As que tem o colágeno mais rígido tem o parto mais "difícil". Mas mesmo a mulher que faz cesária, se tem o colágeno frouxo, não está protegida contra a queda da bexiga ou útero, porque é a gravidez em si que provoca essa queda. 

"Quando a gente faz a cesária, temos que pedir desculpas ao corpo da mãe por estar fazendo, porque a gente vai ter que salvar aquele bebê. Porque, na verdade, o parto normal é 100% melhor pra mãe do que a cesária". 

Com relação ao bebê: somente o bebê que nasceu após a mãe ter entrado em trabalho de parto é o considerado 100% maduro. Somente após o pulmão do bebê estar totalmente maduro é que é liberado no corpo da mãe uma substância surfactante, que desencadeia o trabalho de parto no corpo da mãe. 

As pesquisas demonstram que os bebês nascidos por cesariana eletiva (ou seja, com data marcada) ficam 120 vezes mais na UTI neonatal do que os nascidos via parto normal ou cesariana intraparto, porque na verdade foram bebês que foram tirados da barriga antes do tempo, com 38 semanas, por exemplo, sem estarem totalmente maduros ainda. 

inclusive o nascimento via cesaria marcada leva também a um maior numero de casos de bebês que terão refluxo gastroesofágico, por ter sido um bebê que nasceu antes do seu esfíncter esofágico gástrico estar totalmente pronto. 

Os bebês tem mais intestino preso, mais cólica, mais dor abdominal, porque mielinização dos seus órgãos não se completou totalmente. A mielina é a bainha que recobre todos os nossos neurônios. É como se fosse os fios das casas, que são encampados por um plástico. Aquele plático é a mielina. Ela é responsável pela condução neuronal e também pelo funcionamento dos órgãos que trabalham de forma involuntária (ex: intestino, estômago). A mielinização termina de se depositar durante o trabalho de parto pelo "estresse" causado pelo próprio trabalho de parto, que é propositalmente estressante para o bebê (para o seu bem), e que vai liberar adrenalina, cortisol, serotonina, endorfina, diversos hormônios que serão liberados no bebê para ele acabar de amadurecer. Então, todos os órgãos que dependem de mielinização vão sair imaturos se o bebê não passar pelo trabalho de parto. Isso também repercute no desenvolvimento neuropsicomotor do bebê (capacidade de sentar, andar e falar), que também depende da mielina que recobre os nossos neurônios. 

Sem contar que o contato do bebê com a flora da mãe é que causa um auto balanceamento das bactérias do bebê, que influencia a colonização das bactérias da flora gastrointestinal do bebê. 
Além de tudo isso o trabalho de parto é benéfico para a parte imunológica do bebê. 

A cesariana eletiva somente se justifica nos casos de: HIV positivo, herpes ativo (que podem passar para o bebê durante o trabalho de parto) e placenta prévia (quando a placenta fecha a entrada do colo do útero). Tirando esses 3 casos, todos os outros não justificam a cesária eletiva. 

Bebês de mães diabéticas podem sofrer mais distócia, mas isso pode ser detectado durante o pré natal. E bebês que sofrem com a falta de oxigênio, em geral, estão ligados à placentas com insuficiência e isso tem a ver com hipertensão gestacional, o que também é identificado nas mães. Então, em geral, pode-se detectar com antecedência esses sinais que podem levar à cesariana intraparto, justificadamente."

Algumas referências 'biblioblográficas' para entender melhor os assuntos aqui abordados:

Indicações reais e fictícias de cesáreas

Assistência ao parto baseada em evidências

Aleitamento materno x cesáreas eletivas

Estou fazendo testes para o aniversário da Alice e resolvi fazer essa varinha.


Como fazer:
1) encape um palito de churrasco com fita adesiva (pode colar fita de cetim tb). Corte a ponta do palito.

2) corte estrelas no papel EVA (esse com brilhos fica lindo). Escolhi um molde da Internet, risquei na parte lisa do EVA e depois cortei.

3) Colar o palito na estrela com cola quente.

4) Colar outra estrela para esconder a parte sem brilho.


É fácil, mas fiz com Alice e Rebeca em cima de mim 😅 então dá pra melhorar colocando umas fitas pra ela ficar mais enfeitada.

Li esse texto do paizinho vírgula (http://paizinhovirgula.com/a-grande-sacada-da-disciplina-positiva/) e achei que esse parágrafo resume muito bem o que penso sobre a criação das minhas filhas:

"Mas qual é a grande sacada da Disciplina Positiva? O que faz dela uma maneira tão diferente de educar filhos? Eu pretendo abordar o que é o ponto fundamental de toda a Disciplina Positiva, que algumas pessoas chamam de regra de ouro da Disciplina Positiva: Faça com os seus filhos o que você gostaria que fizessem com você."

Essa é uma regra que tento seguir (nem sempre consigo, não sou perfeita também) na minha vida de mãe.

Porque bater numa criança, se eu não gostaria que batessem em mim?

Se minha filha está irritada, chateada com alguma coisa e começa a fazer "birra", porque devo bater nela, para que ela se cale? Esse é o caminho certo ou o mais "fácil" para calar a boca dela??

Se ela está chorando, deve haver uma razão. Ela tem apenas 3 anos e ainda não sabe lidar muito bem com seus sentimentos e frustrações. Assim, muitas vezes recorre ao choro para extravasar suas emoções.

Se eu, como mãe, não consigo entender o motivo do choro para poder ajudá-la, o melhor é bater ou colocar de castigo? Penso que não.


Imagem do blog Psi Mama 

Acho que meu papel de mãe é parar, olhar para ela com atenção e ver o que está acontecendo no íntimo do seu ser, para perceber no que posso ajudar.

Penso o mesmo sobre o desmame.
Quando engravidei pela segunda vez, um médico, algumas avós e amigas ficaram pasmas ao saber que a minha filha "mais velha" (no auge dos seus 1 ano e 5 meses) ainda mamava (!) e me perguntaram quando eu iria fazer o desmame.

O obstetra disse para eu passar pasta de boldo nos seios, para que ela pudesse sentir o gosto amargo e assim desmamar. Outras muitas receitas me foram ensinadas (sem que eu pedisse a opinião de ninguém), assim como deixar a bebê chorando, porque "o choro duraria de 3 dias a no máximo 1 semana e ela não iria morrer por ficar chorando por falta de peito".

Ao ouvir aquelas frases, eu ficava cada vez mais perplexa com a falta de humanidade das pessoas e pensava: como deixar a minha filha chorando por 3 dias poderia fazer bem??

Eu nunca gostei de chorar sozinha sem receber o acalento de uma pessoa amada, porque haveria de fazer isso com a minha filha de apenas 1 ano e 5 meses de idade?

(Sobre a amamentação na gestação, me informei e encontrei um obstetra que me orientou a continuar com a amamentação: se o bebê cresce bem no ventre da mãe e a gestante não sente cólicas de contração, tudo bem o filho mais velho mamar, já que a gestação está correndo saudavelmente).

A Nanda do blog Psi Mama enviou essa imagem para um grupo no qual participo 

Imagem do blog Psi Mama 

 Ela me lembrou outro pitaco que já recebi de algumas pessoas sobre o desfralde: "deixe a sua filha só de calcinha para que ela faça xixi na calça e sinta o incômodo. Assim, da próxima vez, se lembrará de pedir para ir ao banheiro".

Nessa altura, Rebeca tinha recém completado 2 anos de idade.

Na hora eu pensei: eu por acaso gostaria de fazer xixi na calça e sentir minhas pernas molhadas para aprender a deixar de usar fraldas??

Não, né!? Então porque fazer isso com minha filha de apenas 2 anos?

A regra de ouro da Disciplina Positiva: "Faça com os seus filhos o que você gostaria que fizessem com você" se aplica a tudo com relação a criação dos nossos filhos!!

Outra situação muito recorrente: seu bebê é recém nascido e chora por colo.

Isso porque ele passou os únicos 9 meses de sua vida aconchegado dentre do ventre materno, quentinho e acolhedor. Passou pelo processo surpreendente e intenso do nascimento e agora se vê num mundo muito claro aos seus olhos sensíveis, muito barulhento aos seus ouvidos recém formados e muito frio à sua pele macia.

Nesse momento, os pais (exaustos, porque cuidar de recém nascido dá trabalho) são bombardeados com os mais variados pitacos como: "não dê muito colo, seu bebê vai viciar e não vai querem mais sair dele" ou "deixe seu bebê o máximo de tempo possível no berço para que ele aprenda a dormir sozinho, mesmo que para isso ele durma chorando por uma semana".

Como assim? Onde está a sensibilidade das pessoas?? Se perdeu por completo?

Quem não se lembra da maravilhosa sensação de dormir aconchegado com sua mãe ou seu pai, ou de ser levado no colo depois de uma tarde cansativa de brincadeiras??

Imagina para um recém nascido, recém chegado a esse novo mundo, sem entender os acontecimentos à sua volta, ficar sozinho sem a segurança do colo de sua mãe (ou qualquer outro ente querido)?

O colo, o carinho e o aconchego nunca fizeram mal a ninguém. A falta de amor sim, deixou as pessoas vazias, sem esperança, sem alegria de viver.

Não vejo sentido em fazer com minhas filhas o que eu não gostaria que fizessem comigo.

Num momento em que todos pedem mais empatia, estamos esquecendo de ter empatia com as nossas crianças também, que são seres "novatos" nesse mundo, que contam com a gente para aprender a serem boas pessoas.

Cabe a nós, adultos, sermos mais sensatos e resgatarmos a sensibilidade esquecida na infância para tornarmos o mundo melhor e mais humano.

OBS: Não estou falando de se tolerar falta de educação ou de mimar nossos filhos, mas sim de dar amor na hora do afeto. Dar limites é uma coisa. Deixar de dar amor é outra coisa totalmente diferente.