A Rebeca desfraldou totalmente com 3 anos. Mas não foi um processo rápido, nem fácil. 

Tivemos muita ajuda nesse processo.

Tudo começou com a minha mãe. Quando eu voltei a trabalhar, foi ela quem cuidou da Rebeca, porque eu não tinha confiança em mais ninguém para realizar essa tarefa tão preciosa. Então a Rebeca ficava diariamente na minha mãe por 8 horas seguidas, enquanto eu estava no trabalho. 



Rebeca tinha entre 1 ano e meio e 2 anos, e ela, que sempre se comunicou muito bem, começou a tirar fralda e avisar depois que havia feito xixi ou cocô.

Minha mãe, animada, comprou um penico e começou a deixá-la de fralda de pano (segundo ela, as fraldas de "plástico" eram muito quentes e incômodas). Quando percebia os sinais de que ela ia fazer cocô (Rebeca agachava, ficava num cantinho, quietinha, ela se escondia para fazer cocô, que é inclusive um dos sinais de que o desfralde está próximo), minha mãe corria e colocava a Rebeca no penico. 

Foram muitas tentativas, alguns acertos e muita força de vontade por parte dela. Depois que ela fazia cocô, minha mãe deixava a Rebeca só de calcinha pela casa, mas algumas horas depois acontecia algum escape de xixi, que minha mãe limpava pacientemente, sem reclamar. Pra sair e pra dormir, a Rebeca continuava usando fraldas. 

Da minha parte, eu não estava nenhum pouco a fim de desfraldar a Rebeca, já que queria que isso realmente partisse dela e, sinceramente, não queria arranjar "mais trabalho" pra mim (como limpar xixi em tapete ou sofá, por exemplo), pois estava grávida da minha segunda filha. Mas tentei, já que a Rebeca estava tirando a fralda sozinha e avisando que tinha feito ou que queria fazer xixi e cocô. 

Acontece que, com 2 anos e 3 meses da Rebeca, minha filha mais nova nasceu (a Alice) e a Rebeca deixou de passar muitas horas na minha mãe, passando a ficar mais em casa, já que eu contratei uma empregada doméstica (minha anja do lar) para me ajudar (antes eu só contava com a ajuda de diarista) e eu estava de licença maternidade por seis meses.

Eu, que já estava incomodada de limpar xixi pela casa enquanto estava grávida (imagina ficar agachando pra limpar xixi no chão, com um barrigão imenso?), não pude mais continuar com a tentativa de desfralde, por estar cuidando de uma recém-nascida. Assim, a Rebeca voltou a usar fralda de dia novamente. De vez em quando ela tirava a fralda, mas eu colocava de novo e seguia a vida corrida de mãe de dois. 

Ela também usava fralda para dormir, mas muitas vezes a fralda amanhecia vazia, sem sinal algum de xixi (outro sinal de que o desfralde está próximo).

Com 2 anos e 7 meses, a Rebeca começou a frequentar a escola, onde o processo de desfralde continuou (o famoso desfralde coletivo). 

Porém, a Rebeca não se adaptou ao desfralde coletivo. Começou a pedir pra ficar com a fralda, a prender o xixi e cocô quando estava sem fralda e percebi que o desfralde coletivo estava fazendo mal a ela. Ela suava frio e ficava nervosa sem a fralda. Conversei na escola dela, expliquei que ela havia ganhado uma irmã há pouco tempo e pedi que ela não continuasse com o processo de desfralde na escola. Respeitaram a nossa vontade e ela voltou para as fraldas. 

Ocorre que, no seu aniversário de 3 anos, ela já estava há alguns meses convivendo com colegas na escola sem fralda, com as professoras dizendo que ela já não era mais um bebê e que já podia usar calcinha e ir ao banheiro. Minha irmã, que é madrinha dela e que está morando longe de nós, veio para a festa da Rebeca e conversou com bastante carinho sobre isso. Minha mãe também conversou bastante com ela. 

Assim, logo depois do seu aniversário de 3 anos, ela começou a pedir novamente para tirar a fralda e pra usar o banheiro, o que é um ótimo sinal para o desfralde: avisar ANTES de fazer cocô e xixi, e não depois de ter feito. 

Ela não queria usar a fralda nem pra sair. Alguns dias depois, começou a pedir pra não dormir mais de fralda. Eu ainda insisti, porque tinha preguiça de acordar pra levá-la ao banheiro (já que era recém-mãe de duas e cada segundo de sono era precioso pra mim). Mas ela insistiu em tirar, tirei. Depois disso, fez xixi na cama por umas 5 vezes não consecutivas. Eu não brigava (claro), só a trocava, trocava a roupa de cama, e voltávamos a dormir. 

Do nada, ela parou de fazer xixi na cama à noite. Nem acordava para ir ao banheiro durante a madrugada. Fazia xixi antes de dormir (entre as 22h e meia noite - ela dorme tarde) e só fazia xixi novamente 6h ou 7h da manhã. 

Ela pediu pra não usar mais fraldas pra sair também, avisava quando queria ir ao banheiro mesmo quando estava brincando em festas ou parques, queria se limpar sozinha, tirava a roupa sozinha, etc. 

Assim, a Rebeca desfraldou totalmente (de dia e de noite), aos 3 anos.

Não foi um processo rápido, vejam que começou gradativamente aos 2 anos. Nem foi fácil, já que ela voltou a usar fraldas e só depois tirou de vez.  

No site PsiMama você encontra vários textos excelentes sobre desfralde consciente.  A psicóloga Nanda Perin estudou muito sobre o tema e escreveu sobre eles de forma esplêndida. Destaque para esses textos:



Eu li todos os textos dela e coincidiu com o que aconteceu no desfralde da Rebeca. Então recomendo todos os textos do site PsiMama, para os pais que estão passando por essa fase de desfralde dos filhos. 

Ela recomenda também o livro "O que tem dentro da sua fralda?", para explicar para a criança sobre o que é xixi, cocô e porque usar o vaso, de uma forma lúdica e cheia de imaginação.


 



O mais importante é não haver sofrimento para a criança, respeitar o tempo dela e ter paciência. Lembre-se: "A fralda não deve ser retirada. A fralda deve ser deixada". Leia mais sobre isso --> aqui

Um beijo a todos!! 

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