A amamentação em "tandem" ocorre quando a mãe amamenta dois filhos de idades diferentes. 


Segundo o blog De Peito Aberto: “Uma mãe que amamenta seu filho, engravida novamente e decide continuar a amamentação. O caçula nasce e ela amamenta os dois, juntos ou separadamente. Esta é a amamentação tandem.”

No meu caso, engravidei novamente quando minha primeira filha (Rebeca) tinha 1 ano e 5 meses, e como a OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda a amamentação até os 2 anos ou mais e ela não dava sinais de que queria desmamar, eu optei por continuar amamentando.

"A liberação de ocitocina, hormônio secretado durante as mamadas, não é capaz de provocar contrações uterinas dolorosas e duradouras antes da 38ª semana de gravidez. Até essa idade gestacional, o útero tem proteções especiais que impedem seus efeitos. Por precaução, muitos médicos indicam a suspensão da amamentação em gestações de risco, especialmente quando existem contrações uterinas prematuras, partos prematuros prévios, sangramento vaginal ou ganho insuficiente de peso" (Fonte: Dr. Wladimir Taborda, obstetra), o que não era meu caso.

Meu coração e intuição de mãe sempre me disseram que o desmame deve ocorrer da forma mais natural possível e sem traumas para a criança.

Assim, continuei amamentando durante a gravidez. Não sentia cólicas, não tinha contrações. Minha bebê na barriga crescia forte e saudável. 


Durante a gravidez, eu sentia uma certa "agonia" quando ela sugava muito forte, sentia que o leite não estava saindo. Então conversava com ela e ela diminuía o ritmo da sucção. Minha produção de leite materno caiu muito e com 16 semanas de gestação a Rebeca não sugava mais o leite, mas ainda dormia no peito (porque acalma muito ela). 

Nesse período, minha mãe (que cuidava dela pra mim enquanto eu trabalhava) introduziu a mamadeira. Foi uma "folga" pra mim e um substituo, um acalento pra ela, que não tinha mais o leite materno disponível, então concordei, embora a mamadeira possa trazer prejuízos pro bebê. 

Depois que a Alice nasceu, a Rebeca quis mamar mais do que nunca. Acho que ela sentia o cheiro do leite que estava sendo produzido novamente. No início, por instinto mesmo, neguei o peito algumas vezes pra ela, sempre oferecendo água, suco ou outro alimento no lugar do LM. Porém, ela insistiu muito e continuei amamentando ela. Assim, como depois do parto da Alice meu leite voltou em grande quantidade, a irmã voltou a mamar com tudo. 

Por vezes eu amamentava primeiro a Alice e depois a Rebeca. Outras vezes eu separava "um peito" pra cada uma 😅 não foi fácil, mas como a Rebeca sempre teve muito ciúme da amamentação da Alice, amamentar as duas foi uma forma de mostrar pra Rebeca que ela não havia ficado desamparada com o nascimento da irmã.

No início elas mamavam em momentos diferentes. Mas depois de um tempo, quando a Alice já tinha mais de 6 meses, comecei a amamentá-las na mesma hora. Isso porque uma estava mamando e a outra chegava pedindo também. A posição é um pouco difícil de acertar, mas geralmente elas mamam assim:


Durante a mamada, elas fazem carinho uma na outra ou a Alice quer pegar no olho da Rebeca ou puxar o cabelo da irmã. Mas elas riem da situação, brincam, se admiram e eu morro de amor pelas duas. 

Elas mamam por 5 minutinhos, o leite acaba e elas saem, felizes da vida.

Assim continuamos nossa saga da amamentação em tandem por aqui. Muitas pessoas estranham, mas faço o que meu coração e meu instinto mandam. E vai continuar sendo assim até o dia do desmame delas. É algo natural pra mim. É trabalhoso, mas quem disse que seria fácil?

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