Eu engravidei pela segunda vez quando minha primeira filha (Rebeca, de 1 ano e 5 meses) ainda estava sendo amamentada com o leite materno, em livre demanda.
Meu obstetra falou para eu ir "tirando" ela do peito aos poucos, mas que não tinha tanta pressa pois eu não sentia cólicas durante a amamentação, não tive sangramentos e o bebê que estava na barriga se desenvolvia bem.
Porém, ele me deu "dicas" para esse desmame, como passar boldo no bico do meu seio para que minha filha desmamasse. Eu não achei uma boa ideia (entenda o porquê clicando aqui -> http://maepop.com.br/desmame-e-mama-dodoi-como-tecnica/) e continuei amamentando.
Porém, enquanto eu estava no trabalho, quem cuida dela passou a oferecer outro leite pra ela, para já começar a substituição e para ela não sentir falta de leite.
Porém, enquanto eu estava no trabalho, quem cuida dela passou a oferecer outro leite pra ela, para já começar a substituição e para ela não sentir falta de leite.
Ouvi muitas pessoas dizendo: você está grávida e ainda amamenta? Não pode! Tem que tirar! Mas como eu nunca concordei com desmames drásticos sem necessidade, não dava ouvido aos comentários desinformados.
Quando eu chegava do trabalho ela vinha mamar. Eu não negava quando ela pedia, mas passei a não oferecer mais. Depois do meu terceiro mês de gestação, aos poucos ela foi sugando cada vez menos o leite materno (acho que ele mudou de gosto) mas ela ainda ficava ali em meu seio no nosso momento de carinho, me olhando com ternura e saudade, assim como fazia quando recém nascida.
Como ela ainda dormia no peito a noite, mesmo não mamando muito ela permanecia em meu seio para se acalmar e dormir (ela não chupa chupeta). Segue assim até hoje, estando eu com 16 semanas de gestação. Ela não quer mais o seio que ainda tem leite, só quer o que está quase seco.
Assim percebi que, ao seu tempo e modo, ela ainda tem meu seio como seu acalento, mas não mama mais o leite materno que tanto amou, o que pode ser o início de um desmame natural e respeitoso.
Antes de ser mãe eu achava que a amamentação era só alimento, mas depois percebi que não é. É também um momento de carinho, aumenta o vínculo entre mãe e bebê, acalma e transmite segurança e amor.
Desde o inicio, meu instinto dizia que não era certo interromper esse ciclo tão bonito abruptamente e sem necessidade já que minha gestação é tão tranquila.
Escrevo esse relato para que outras mães acreditem em seus instintos, não dêem ouvidos para comentários desinformados e sigam seus corações. É possível amamentar durante a gestação. Se seu filho ainda mama e você e seu novo bebê passam bem, não é necessário desmamar seu filho abruptamente.
--> Atualização: A Rebeca interrompeu naturalmente a amamentação durante a minha gestação, já que a partir da 16ª semana até o final da gestação, meu corpo parou de produzir leite. À noite, ela apenas chupetava o peito para dormir, após mamar mamadeira com leite de vaca e um pouco de nescau (o que não é recomendado - procure orientação médica - mas foi a única coisa que ela aceitou. Depois consegui trocar nescau por cacau 100% e ela gostou). Quando a irmã (Alice) nasceu e meu leite voltou a ser produzido em maior quantidade, Rebeca passou a pedir pra mamar. Eu tentei negar, conversar, mas ela mostrou muito sofrimento e voltei a amamentá-la. Mama até hoje (com 3 anos) somente antes de dormir (continua sendo mais uma forma de aconchego mesmo) ou quando chego do trabalho com os peitos cheios de leite rs.
--> Atualização 2: Durante a gestação, quando ela vinha mamar no período da noite (para dormir), eu sentia uma sensação ruim chamada "perturbação na amamentação". Se você sentir isso também, não se culpe. Leia sobre o assunto e tente lidar com essa sensação, optando por continuar com a amamentação ou pelo desmame gentil. Leia mais aqui: